Parlamento húngaro em Budapeste
O estudante do curso de Engenharia de
Energias, Raviel de Lima, conta como foi sua experiência na Hungria através do
Ciência sem Fronteiras. Acompanhe.
O
que lhe motivou a escolher a Unilab e o curso de Engenharia de Energias?
Eu sempre gostei do meio ambiente e queria
fazer uma engenharia também. Como o curso de Engenharia de Energias une as duas
coisas, eu decidi fazê-lo. Durante o ensino médio fiz também o curso de
eletrotécnica integrado no IFCE e isso pesou muito, pois queria continuar meus
estudos pelo caminho da elétrica. Escolhi a Unilab porque ela oferece o curso
como também a proposta da internacionalização, que acho superinteressante e
válida.
Para
qual universidade/cidade/país você foi? Como se deu a escolha do seu país e
universidade de destino no programa Ciência sem Fronteiras?
Eu fui escolhido pela Szent István Egyetem
que fica na cidade de Gödöllő, na Hungria, Leste Europeu. Cursei um ano no
curso de Engenharia Mecânica. Digo que fui escolhido pois tínhamos que optar
por até 5 universidades e elas que escolhiam cada candidato. Eu morava em
Budapeste, na capital. A decisão da escolha se deu porque eu não tinha muitas
opções, já que os únicos países que aceitavam o teste de inglês pago pelo
governo federal (teste TOEFL ITP) eram os EUA, Canadá e Hungria. Como eu já
falava inglês, optei por um país onde pudesse praticar o idioma, aprender outro
e também pelo desenvolvimento pessoal.
O
que lhe motivou a participar do CsF?
A vontade de fazer intercâmbio desde
criança. Eu sempre quis conhecer outras culturas, estar em contato com outras
culturas, aprender idiomas, explorar o mundo, um conjunto de vontades me
motivaram desde cedo a querer explorar o mundo e o CsF foi a oportunidade que
apareceu.
Como
foi a fase de adaptação?
Como toda mudança no começo é difícil,
chegar em um país novo, com um idioma e comportamento muito diferente do seu
chega a ser assustador. Porém a minha universidade tinha preparado uma boa
recepção, cada brasileiro tinha um mentor (estudante da universidade) que
ajudava com qualquer problema que tivéssemos, buscavam no aeroporto e quem
quisesse ficar nos dormitórios da universidade já tinha tudo preparado. Eles
entraram em contato conosco semanas antes de viajarmos e isso ajudou bastante.
Acho que a fase de readaptação ao Brasil é que está sendo complicada.
Conte-nos
um pouco como é a experiência de estudar fora do país.
Bem, era tudo o que eu esperava, um
conjunto de culturas numa mesma sala, visões diferentes, uma oportunidade de
expandir o seu conhecimento. Eu fiz disciplinas relacionadas ao meu curso no
Brasil e outras somente para expansão do conhecimento, como o curso de húngaro
que fiz durante um ano pela universidade.
Quais
as diferenças nos métodos de ensino?
A principal diferença que notei em relação
ao ensino aqui é que os professores nem sempre dão o conteúdo bem explicadinho,
escrevendo no quadro. Lá o aluno é que tem que mostrar interesse e o professor
dá as direções. Você quem caminha, você quem busca aprender. Os professores
sempre estavam disponíveis para tirar as dúvidas. Em relação às aulas, algumas
era com slides e debates do tema e sempre tínhamos aulas de laboratório e
visitas técnicas à fábricas no país.
Como
era o seu dia a dia na universidade?
Era bem diferente daqui. Lá eu tinha aula
em três dias na semana, das 8 às 18. O horário lá não é tão certinho como aqui,
pois eu tinha aula no horário de almoço e era terrível. Geralmente, quando não
tinha aula estava na biblioteca ou conversando com amigos nas áreas de
convivência.
A
língua. Quais os desafios e superações?
Em relação ao inglês não tive problema. O
idioma nativo deles, o húngaro, esse sim tive, era muito difícil e complicado.
Assim, aprendi o necessário para me comunicar na rua pois o inglês não era
predominante, porém mais falado do que aqui. Em relação à superação, quando eu
viajava e podia me comunicar em qualquer país, senti que tinha liberdade, pois
o inglês realmente é universal e necessário.
Na
sua visão, qual a contribuição do programa CsF para o país?
A partir do momento em que um brasileiro
vai estudar em outro país, ele adquire uma visão completamente diferente do
próprio país. Isso contribui de forma positiva, pois o estudante começa a
querer a mudar a sua realidade, é um impacto na vida de todos ao redor. Contribui
também para a mudança da visão que o mundo tem dos brasileiros, que também
estudamos, que buscamos desenvolvimento e não o que a televisão vende para eles
que, diga-se de passagem, é o que todos lá fora pensam de nós.
Que
sugestões/recomendações você daria para os estudantes da Unilab que desejam
participar do programa CsF?
Se joga, o mundo não é tão grande como
pensamos, mas as diferenças culturais sim e é isso que lhe fará crescer no
âmbito pessoal e acadêmico e se possível, fazer o CsF no final do curso.
O
que você pretende fazer para ajudar o país, e assim retribuir a oportunidade
que lhe foi dada?
Ainda não pensei a respeito, mas, quando
eu for inserido no mercado de trabalho, minha contribuição dará algum
resultado, pois aplicarei o conhecimento que obtive durante meu intercâmbio. Se
incentivar outros estudantes a irem estudar em outros países for uma forma
válida de contribuição ao país, então já estou retribuindo dessa forma.
Por Jaqueline Viana
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