Cliffs of Moher
A aluna do curso de
Engenharia de Energias, Isabela de Oliveira, conta como foi sua experiência na
Irlanda, através do Ciência sem Fronteiras.
O que te
motivou a escolher o curso de Engenharia de Energia, na Unilab?
Sempre tive interesse em fazer um
curso na área de exatas, mais precisamente engenharia e com a criação da
Unilab, com regime novo, trimestral, isso me despertou interesse. O curso de
Engenharia de Energias me chamou bastante atenção, por ser um curso novo e
importante, pois o nosso país é referência quanto ao uso de energia renovável.
Como você ficou sabendo do Programa Ciência sem
Fronteiras, e o que te motivou a participar?
Fiquei sabendo do Programa na universidade e também por meio de
divulgação na Internet. Alguns professores e técnicos da Unilab motivaram os
estudantes da engenharia a participarem devido à importância de um intercâmbio
no currículo acadêmico e profissional.
Qual
universidade/cidade/país você foi? Como se deu a escolha do país
e universidade de destino no programa Ciência sem Fronteiras?
Inicialmente eu escolhi Portugal, pois não tinha a proficiência
exigida pelos países de língua inglesa. Após alguns meses recebemos um e-mail
da CAPES dizendo que iria oferecer o curso de línguas e foi dada a opção de
escolher alguns países como Austrália, Estados Unidos, França, Alemanha, Canadá
e Irlanda. Eu escolhi o Institute of
Technology Sligo na Irlanda, por ser um país de língua inglesa. Não sabia
quase nada sobre o país até então. Pesquisei um pouco sobre país e sobre as
universidades e resolvi então escolher a Irlanda como destino.
Explique como foi desde o processo de inscrição no CsF
até sua ida para o país de intercâmbio.
Após a escolha da Irlanda, fiz o
exame de proficiência Toefl ITP, e alguns meses depois o Instituto de Educação
da Irlanda entrou em contato e eu fiz um cadastro numa plataforma com todas as
universidades e institutos de educação do País. Tive acesso àss grades
curriculares dos cursos e tive a opção de escolher 3 universidades no país. Fui
aceita em 2 instituições e optei pela cidade de Sligo no interior da Irlanda,
por ter o curso na área de energia, meio ambiente e sustentabilidade.
Conte-nos um
pouco como foi à experiência de estudar numa universidade fora do país.
A experiência de estudar fora é única, proporcionando
uma outra visão de mundo, a vivência de uma outra cultura, costumes, comida e
etc. no intercâmbio tive a oportunidade de viajar e conhecer outros países,
lugares históricos, museus e etc. fiz uma disciplina para aprender um novo
idioma (alemão) na universidade, o que despertou o interesse de continuar
estudando o idioma no Brasil. Em relação à universidade, lá é bem diferente. Os
cursos são mais curtos, tendo em geral 3 anos, pois são bem específicos e a
metodologia na universidade é diferente da usada em universidades brasileiras.
Quais os maiores desafios vivenciados na experiência
de bolsista do Ciência sem Fronteiras?
O primeiro maior desafio foi de aprender a língua em
poucos meses. E em seguida começar a estudar disciplinas na universidade, tendo
em vista que a metodologia era diferente, a relação entre professores e alunos
é diferente também, é mais restrita. O sotaque de alguns professores era bem
complicado de entender no começo.
Um momento marcante para você no Ciência sem
Fronteiras.
Após o curso de inglês, todos os
estudantes brasileiros tiveram que fazer um exame de proficiência (IELTS) para
estudar na universidade em suas determinadas áreas e cursos. Um momento
marcante foi quando recebemos o resultado do teste e todos brasileiros
conseguiram a nota satisfatória e maior que a nota exigida pela universidade.
Esse momento foi importante pois foi concluído o primeiro desafio de aprender a
língua inglesa.
A língua. Quais os desafios e superações?
Inicialmente foi difícil com o inglês, pois morávamos e estudávamos com
apenas brasileiros. Estávamos sempre falando português, o que dificultava no
aprendizado da língua. A universidade oferecia diversas atividades como dança,
sociedade cristã, sociedade do meio ambiente, grupo de voluntariado. Comecei a
participar de algumas dessas atividades e com o tempo o inglês foi melhorando e
se tornando uma coisa natural.
Quais as diferenças nos métodos de ensino?
A metodologia é bastante diferente. As aulas são de apenas 1 hora.
Durante o semestre é feito 50% da avaliação na forma de relatório, seminários e
trabalhos. Após o término das aulas, é realizada uma semana apenas com testes e
provas equivalente aos outros 50%. Os
testes são feitos em grandes salas com alunos de diferentes cursos e com muitos
fiscais, sendo proibido o uso de celular e caso algum celular toque, a multa é de
50 euros.
Como
era o seu dia a dia na universidade?
Durante o curso de inglês
eu tinha aula de 9 da manha até 1 da tarde. E um ou dois dias na semana
até 5 da tarde. Durante o período de
aula no semestre, a aula começava as 9 da manha. Eu tinha vários intervalos
entre as aulas geralmente, pois as aulas eram de apenas de uma hora, e eu
ficava na biblioteca até o começo da próxima aula. A noite sempre ia para a
área de esportes da universidade, onde tinha quadra para esportes, campo, pista
de atletismo e academia.
O país lhe deu a oportunidade de estudar fora, adquirir mais conhecimento e experiências. O
que você pretende fazer para retribuir?
Em
uma das disciplinas e no próprio dia-a-dia, pude perceber como a população se
preocupa com a questão do meio ambiente. Existem diversos sites na Irlanda,
onde objetos, móveis podem ser trocados ou doados, de forma a minimizar a
quantidade de resíduos em aterros. As ruas estão sempre limpas, pois as pessoas
cuidam do ambiente em volta delas. Nos supermercados, sacolas plásticas não são
utilizadas. De fato, essa atitude me motiva a fazer o mesmo no meu país, fazer
a minha parte, orientar as pessoas na minha casa, cidade, universidade, pois
muita gente não teve uma educação ambiental na escola e não sabe que pequenas
ações fazem toda a diferença.
Qual mensagem você deixaria para os estudantes que
querem participar do Programa Ciência sem Fronteiras?
Fazer a escolha por um país onde nas universidades
tenha o curso do estudante, para que as disciplinas feitas no outro país possam
ser aproveitadas na universidade no Brasil. E também para que o estudante tenha
um aproveitamento maior do conhecimento na sua área. Pesquisar sobre a cultura, costumes do país,
tendo em vista que irá passar no mínimo um ano em um outro país.