quarta-feira, 12 de agosto de 2015

Raviel de Lima, aluno da Unilab, conta como foi sua experiência na Hungria através do Ciência sem Fronteiras

                                                      Parlamento húngaro em Budapeste
                                                                                
O estudante do curso de Engenharia de Energias, Raviel de Lima, conta como foi sua experiência na Hungria através do Ciência sem Fronteiras. Acompanhe.


O que lhe motivou a escolher a Unilab e o curso de Engenharia de Energias?

Eu sempre gostei do meio ambiente e queria fazer uma engenharia também. Como o curso de Engenharia de Energias une as duas coisas, eu decidi fazê-lo. Durante o ensino médio fiz também o curso de eletrotécnica integrado no IFCE e isso pesou muito, pois queria continuar meus estudos pelo caminho da elétrica. Escolhi a Unilab porque ela oferece o curso como também a proposta da internacionalização, que acho superinteressante e válida.

Para qual universidade/cidade/país você foi? Como se deu a escolha do seu país e universidade de destino no programa Ciência sem Fronteiras?

Eu fui escolhido pela Szent István Egyetem que fica na cidade de Gödöllő, na Hungria, Leste Europeu. Cursei um ano no curso de Engenharia Mecânica. Digo que fui escolhido pois tínhamos que optar por até 5 universidades e elas que escolhiam cada candidato. Eu morava em Budapeste, na capital. A decisão da escolha se deu porque eu não tinha muitas opções, já que os únicos países que aceitavam o teste de inglês pago pelo governo federal (teste TOEFL ITP) eram os EUA, Canadá e Hungria. Como eu já falava inglês, optei por um país onde pudesse praticar o idioma, aprender outro e também pelo desenvolvimento pessoal.

O que lhe motivou a participar do CsF?

A vontade de fazer intercâmbio desde criança. Eu sempre quis conhecer outras culturas, estar em contato com outras culturas, aprender idiomas, explorar o mundo, um conjunto de vontades me motivaram desde cedo a querer explorar o mundo e o CsF foi a oportunidade que apareceu.

Como foi a fase de adaptação?

Como toda mudança no começo é difícil, chegar em um país novo, com um idioma e comportamento muito diferente do seu chega a ser assustador. Porém a minha universidade tinha preparado uma boa recepção, cada brasileiro tinha um mentor (estudante da universidade) que ajudava com qualquer problema que tivéssemos, buscavam no aeroporto e quem quisesse ficar nos dormitórios da universidade já tinha tudo preparado. Eles entraram em contato conosco semanas antes de viajarmos e isso ajudou bastante. Acho que a fase de readaptação ao Brasil é que está sendo complicada. 

Conte-nos um pouco como é a experiência de estudar fora do país.

Bem, era tudo o que eu esperava, um conjunto de culturas numa mesma sala, visões diferentes, uma oportunidade de expandir o seu conhecimento. Eu fiz disciplinas relacionadas ao meu curso no Brasil e outras somente para expansão do conhecimento, como o curso de húngaro que fiz durante um ano pela universidade.

Quais as diferenças nos métodos de ensino?

A principal diferença que notei em relação ao ensino aqui é que os professores nem sempre dão o conteúdo bem explicadinho, escrevendo no quadro. Lá o aluno é que tem que mostrar interesse e o professor dá as direções. Você quem caminha, você quem busca aprender. Os professores sempre estavam disponíveis para tirar as dúvidas. Em relação às aulas, algumas era com slides e debates do tema e sempre tínhamos aulas de laboratório e visitas técnicas à fábricas no país.

Como era o seu dia a dia na universidade?

Era bem diferente daqui. Lá eu tinha aula em três dias na semana, das 8 às 18. O horário lá não é tão certinho como aqui, pois eu tinha aula no horário de almoço e era terrível. Geralmente, quando não tinha aula estava na biblioteca ou conversando com amigos nas áreas de convivência.

A língua. Quais os desafios e superações?

Em relação ao inglês não tive problema. O idioma nativo deles, o húngaro, esse sim tive, era muito difícil e complicado. Assim, aprendi o necessário para me comunicar na rua pois o inglês não era predominante, porém mais falado do que aqui. Em relação à superação, quando eu viajava e podia me comunicar em qualquer país, senti que tinha liberdade, pois o inglês realmente é universal e necessário.

Na sua visão, qual a contribuição do programa CsF para o país?

A partir do momento em que um brasileiro vai estudar em outro país, ele adquire uma visão completamente diferente do próprio país. Isso contribui de forma positiva, pois o estudante começa a querer a mudar a sua realidade, é um impacto na vida de todos ao redor. Contribui também para a mudança da visão que o mundo tem dos brasileiros, que também estudamos, que buscamos desenvolvimento e não o que a televisão vende para eles que, diga-se de passagem, é o que todos lá fora pensam de nós.

Que sugestões/recomendações você daria para os estudantes da Unilab que desejam participar do programa CsF?

Se joga, o mundo não é tão grande como pensamos, mas as diferenças culturais sim e é isso que lhe fará crescer no âmbito pessoal e acadêmico e se possível, fazer o CsF  no final do curso.

O que você pretende fazer para ajudar o país, e assim retribuir a oportunidade que lhe foi dada?

Ainda não pensei a respeito, mas, quando eu for inserido no mercado de trabalho, minha contribuição dará algum resultado, pois aplicarei o conhecimento que obtive durante meu intercâmbio. Se incentivar outros estudantes a irem estudar em outros países for uma forma válida de contribuição ao país, então já estou retribuindo dessa forma.

Por Jaqueline Viana

Nenhum comentário:

Postar um comentário