terça-feira, 18 de agosto de 2015

Isabela de Oliveira, aluna da Unilab e ex-bolsista do Ciência sem Fronteiras, conta como foi sua experiência na Irlanda

                                                                          Cliffs of Moher


                 A aluna do curso de Engenharia de Energias, Isabela de Oliveira, conta como foi sua experiência na Irlanda, através do Ciência sem Fronteiras.

O que te motivou a escolher o curso de Engenharia de Energia, na Unilab?

            Sempre tive interesse em fazer um curso na área de exatas, mais precisamente engenharia e com a criação da Unilab, com regime novo, trimestral, isso me despertou interesse. O curso de Engenharia de Energias me chamou bastante atenção, por ser um curso novo e importante, pois o nosso país é referência quanto ao uso de energia renovável.

Como você ficou sabendo do Programa Ciência sem Fronteiras, e o que te motivou a participar?

            Fiquei sabendo do Programa na universidade e também por meio de divulgação na Internet. Alguns professores e técnicos da Unilab motivaram os estudantes da engenharia a participarem devido à importância de um intercâmbio no currículo acadêmico e profissional.

Qual universidade/cidade/país você foi? Como se deu a escolha do país e universidade de destino no programa Ciência sem Fronteiras?

Inicialmente eu escolhi Portugal, pois não tinha a proficiência exigida pelos países de língua inglesa. Após alguns meses recebemos um e-mail da CAPES dizendo que iria oferecer o curso de línguas e foi dada a opção de escolher alguns países como Austrália, Estados Unidos, França, Alemanha, Canadá e Irlanda. Eu escolhi o Institute of Technology Sligo na Irlanda, por ser um país de língua inglesa. Não sabia quase nada sobre o país até então. Pesquisei um pouco sobre país e sobre as universidades e resolvi então escolher a Irlanda como destino.
           
Explique como foi desde o processo de inscrição no CsF até sua ida para o país de intercâmbio.    

            Após a escolha da Irlanda, fiz o exame de proficiência Toefl ITP, e alguns meses depois o Instituto de Educação da Irlanda entrou em contato e eu fiz um cadastro numa plataforma com todas as universidades e institutos de educação do País. Tive acesso àss grades curriculares dos cursos e tive a opção de escolher 3 universidades no país. Fui aceita em 2 instituições e optei pela cidade de Sligo no interior da Irlanda, por ter o curso na área de energia, meio ambiente e sustentabilidade.

Conte-nos um pouco como foi à experiência de estudar numa universidade fora do país.

            A experiência de estudar fora é única, proporcionando uma outra visão de mundo, a vivência de uma outra cultura, costumes, comida e etc. no intercâmbio tive a oportunidade de viajar e conhecer outros países, lugares históricos, museus e etc. fiz uma disciplina para aprender um novo idioma (alemão) na universidade, o que despertou o interesse de continuar estudando o idioma no Brasil. Em relação à universidade, lá é bem diferente. Os cursos são mais curtos, tendo em geral 3 anos, pois são bem específicos e a metodologia na universidade é diferente da usada em universidades brasileiras.

Quais os maiores desafios vivenciados na experiência de bolsista do Ciência sem Fronteiras?

O primeiro maior desafio foi de aprender a língua em poucos meses. E em seguida começar a estudar disciplinas na universidade, tendo em vista que a metodologia era diferente, a relação entre professores e alunos é diferente também, é mais restrita. O sotaque de alguns professores era bem complicado de entender no começo. 

Um momento marcante para você no Ciência sem Fronteiras.

            Após o curso de inglês, todos os estudantes brasileiros tiveram que fazer um exame de proficiência (IELTS) para estudar na universidade em suas determinadas áreas e cursos. Um momento marcante foi quando recebemos o resultado do teste e todos brasileiros conseguiram a nota satisfatória e maior que a nota exigida pela universidade. Esse momento foi importante pois foi concluído o primeiro desafio de aprender a língua inglesa.

A língua. Quais os desafios e superações?

            Inicialmente foi difícil com o inglês, pois morávamos e estudávamos com apenas brasileiros. Estávamos sempre falando português, o que dificultava no aprendizado da língua. A universidade oferecia diversas atividades como dança, sociedade cristã, sociedade do meio ambiente, grupo de voluntariado. Comecei a participar de algumas dessas atividades e com o tempo o inglês foi melhorando e se tornando uma coisa natural.

Quais as diferenças nos métodos de ensino?

            A metodologia é bastante diferente. As aulas são de apenas 1 hora. Durante o semestre é feito 50% da avaliação na forma de relatório, seminários e trabalhos. Após o término das aulas, é realizada uma semana apenas com testes e provas equivalente aos outros 50%.  Os testes são feitos em grandes salas com alunos de diferentes cursos e com muitos fiscais, sendo proibido o uso de celular e caso algum celular toque, a multa é de 50 euros.

Como era o seu dia a dia na universidade?

            Durante o curso de inglês eu tinha aula de 9 da manha até 1 da tarde. E um ou dois dias na semana até  5 da tarde. Durante o período de aula no semestre, a aula começava as 9 da manha. Eu tinha vários intervalos entre as aulas geralmente, pois as aulas eram de apenas de uma hora, e eu ficava na biblioteca até o começo da próxima aula. A noite sempre ia para a área de esportes da universidade, onde tinha quadra para esportes, campo, pista de atletismo e academia.

O país lhe deu a oportunidade de estudar fora,  adquirir mais conhecimento e experiências. O que você pretende fazer para retribuir?

            Em uma das disciplinas e no próprio dia-a-dia, pude perceber como a população se preocupa com a questão do meio ambiente. Existem diversos sites na Irlanda, onde objetos, móveis podem ser trocados ou doados, de forma a minimizar a quantidade de resíduos em aterros. As ruas estão sempre limpas, pois as pessoas cuidam do ambiente em volta delas. Nos supermercados, sacolas plásticas não são utilizadas. De fato, essa atitude me motiva a fazer o mesmo no meu país, fazer a minha parte, orientar as pessoas na minha casa, cidade, universidade, pois muita gente não teve uma educação ambiental na escola e não sabe que pequenas ações fazem toda a diferença.

Qual mensagem você deixaria para os estudantes que querem participar do Programa Ciência sem Fronteiras?

Fazer a escolha por um país onde nas universidades tenha o curso do estudante, para que as disciplinas feitas no outro país possam ser aproveitadas na universidade no Brasil. E também para que o estudante tenha um aproveitamento maior do conhecimento na sua área.  Pesquisar sobre a cultura, costumes do país, tendo em vista que irá passar no mínimo um ano em um outro país.

Por Jaqueline Viana

Nenhum comentário:

Postar um comentário